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  • Foto do escritor: Bruno Alves Pinto
    Bruno Alves Pinto
  • 21 de out.
  • 2 min de leitura


Resumo Por Capítulo: Nebulosas

Primeira Parte

Linda


O poema declama um elogio à beleza infantil, convocando a “tímida criança” — rosada, loura, mansa — e descrevendo-a com imagens de luz e natureza: cabelos ondulosos que cintilam como cardumes luminosos, colo alvo que se inclina como lótus à beira d’água, passo leve que resvala na relva sob o luar. Essa exaltação sensorial é moldada pela ideia de uma graça interior, sugerida desde a epígrafe, citando a freira e escritora inglesa Mary Rosseti, em que a beleza irradia chamas animadas por um espírito nobre.

A partir desse retrato, o poema introduz um contraste moral por meio de alegorias botânicas e hídricas: a flor que vinga na frágua e se tinge ao sol inveja o arrebol, mas a torrente turva pode arrancá-la e fazê-la rolar fanada no pego tenebroso. Dessa imagem nasce a advertência: a “rosa pura” deve zelar sua formosura e resguardar-se do “lábio mercenário” do mundo, imitando a sensitiva que se retrai ao toque do vento. O texto então relativiza o valor da beleza física, lembrando sua finitude diante dos “gelos invernais” e dos “vendavais da vida”, e desloca o foco para a “flor” mais alta: a alma virgem e o “primitivo amor”, que devem acolher-se nas mãos do Criador.

A lição ética culmina em um programa de caridade ativa: a mão “mimosa” que se apressa ao pobre agonizante, que consola o encarcerado privado do sol e abranda por um instante a dureza da lei. O poema conclui pedindo que a “etérea lira” sustente as harmonias infantis e ofereça aos desgraçados não ornamentos mundanos, mas “colares santos” de lágrimas gentis — imagem que sintetiza a transmutação da beleza em compaixão e do encanto sensível em virtude prática.




 
 
 

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