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  • Foto do escritor: Bruno Alves Pinto
    Bruno Alves Pinto
  • 11 de out.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 13 de out.


Opúsculo Humanitário - Nísia Floresta

Texto Original Completo - Domínio Público

III


Levantou-se então no horizonte da Europa aquele brilhante meteoro, que surpreendeu e deslumbrou o mundo com as luzes que despedia de seu foco. A Grécia teve leis mais brandas. Sólon, mais sábio legislador que os sábios do Oriente e menos severo que Licurgo, foi o primeiro que melhor soube harmonizar os interesses da pátria com as vantagens da civilização.

Depois dele, muitos sábios ilustraram essa pátria, que Homero, Sócrates, Aristóteles e Platão imortalizaram: o primeiro, por suas inimitáveis poesias; o segundo, pelo amor da sabedoria, pela qual morreu instruindo os homens; os últimos, pelo grande desenvolvimento que deram à filosofia socrática, apresentando em resultado os dois grandes sistemas que esses mais belos gênios do maior século da filosofia grega elevaram à mais alta potência, sem o caráter exclusivo que alguns filósofos lhes imputaram.

Algumas mulheres apareceram na Grécia, tais como Aspásia, mestra do filósofo mártir, Safo, Pericciône, Telesila e outras, cujo espírito, enriquecido dos mais variados e profundos conhecimentos, lhes atraiu a admiração da posteridade.

Os costumes da Grécia adoçaram-se; a mulher já não era ali um instrumento só de prazeres vãos e materiais: ela associou-se aos trabalhos do espírito que ocupavam os homens, e a civilização da Grécia apresentou-se sem rival ao mundo inteiro.

Mas a Trindade, anunciada entre todos os povos debaixo de diversos símbolos, não se tinha manifestado ainda aos homens no mais admirável e paternal sacrifício do Regenerador da humanidade. O brilhante facho do cristianismo não havia ainda baixado à terra!

Os gregos, cultivando a sua inteligência e atingindo à perfeição que os modernos tanto se têm esforçado por imitar, tropeçaram, entretanto, nas trevas do paganismo e, como os mais adiantados povos do Oriente, grosseiros erros cometeram.

A inteligência da mulher, conquistando a ciência, começava a distinguir-se, mas faltava-lhe o tipo da mulher cristã: sua mais nobre missão não podia ser ainda cumprida na terra.

O mesmo aconteceu depois entre o mais bélico povo da Antiguidade, cujo nome bastava para fazer tremer os outros povos!




 
 
 

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