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  • Foto do escritor: Bruno Alves Pinto
    Bruno Alves Pinto
  • 14 de out.
  • 2 min de leitura

Nebulosas Narcisa Amália


Texto Original Completo (em domínio público)

Prefácio

II


O desenvolvimento intelectual da humanidade, os períodos de harmonia entre as raças e as descobertas do espírito humano, todos esses autênticos monumentos das vítimas pacíficas do talento, falam e atestam a influência da literatura sobre a forma poética e política.

Quer se investigue a fenomenologia da consciência, quer os atos da inteligência, quer as formas abstratas e subjetivas do pensamento nas suas periódicas revoluções do mundo ontológico, acharemos a poesia exercendo a sua legítima influência.

Percorrendo-se a idade de oposição, de variedade; analisando-se as épocas da formação dos caracteres escritos, da linguagem e a nova união de coisas, da moral social, da felicidade doméstica, da harmonia com as ciências, com as artes, com a religião, nós reconhecemos que a poesia tem uma ação eficaz, refletida, que preside a todo o constitutivo orgânico das épocas e do povo, noção esta que nos está ensinando a filosofia da história e o Direito Natural.

Confessemos: — um livro de versos é uma lição. Ariosto, Dante, Tasso, Cervantes, Lope de Vega, Martinez, Racine, Béranger e Hugo, Optitz, Wesland, Goethe, Pope, Dryden, Shakespeare, Byron, Camões, Ferreira, Bocage, Basílio da Gama, Gregório de Matos, Magalhães, formam o concílio ecumênico da poesia, de onde vieram até nós, não os dogmas, não as contradições e ultrajes à razão, mas os aforismos que constituem o código da humanidade.

O livro de versos tem sido lição aos reis; a palavra de ordem dos povos civilizados, órbita ao redor da qual o mundo gira.

A poesia pode dizer: — Eu ilumino a história! — O que ela oculta, eu denuncio! — Eu levanto do túmulo os heróis; vingo os mártires; puno os traidores. — Eu sou a glória — o sol dos mortos!

Que o diga a eternidade, e que conteste O tempo, a terra, a humanidade inteira.

A minha rival, a arte, poderia dizer: — Sou uma cidadã dos séculos futuros! — Eu a antecedi; eu a hei de exceder. — Fui o gênio de todos os cultos, de todas as seitas. — Servi ao ódio, à inveja; servi mais à caridade, ao entusiasmo, ao direito, à verdade, à justiça.

A China.

“O murado redil, a terra inpervia, Retraída dos povos pelo orgulho Do bonzo mercenário, avesso à cruz,”

foi o meu feudo.

— “Ásia, que encerras da natura os dotes E do mundo moral a prisca origem, Desde a plaga da luz, mãe da palmeira, Até a noite polar, que alenta o pinho, Soe o teu nome para glória eterna.” — Era teu seio; vivi, deixei-te opressa, Punida no castigo de teus sonhos.




 
 
 

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