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  • Foto do escritor: Bruno Alves Pinto
    Bruno Alves Pinto
  • 3 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 4 de nov.


O Retrato de Dorian Gray Oscar Wilde


Texto Original Completo (em domínio público)


Prefácio


O artista é o criador de coisas belas.

Revelar a arte e ocultar o artista é o objetivo da arte.

O crítico é aquele que consegue traduzir, em outra forma ou em um novo material, sua impressão das coisas belas.

A mais elevada e a mais baixa forma de crítica são modos de autobiografia.

Aqueles que encontram significados feios em coisas belas são corruptos sem serem encantadores. Isso é uma falha.

Aqueles que encontram significados belos em coisas belas são os cultos. Para esses há esperança.

Eles são os eleitos, para quem as coisas belas significam apenas beleza.

Não existe isso de um livro moral ou imoral. Os livros são bem escritos ou mal escritos. Nada mais.

A aversão do século XIX ao realismo é a fúria de Caliban vendo seu próprio rosto em um espelho.

A aversão do século XIX ao romantismo é a fúria de Caliban por não ver seu próprio rosto em um espelho.

A vida moral do homem faz parte da matéria da arte, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito. Nenhum artista deseja provar coisa alguma. Até aquilo que é verdadeiro pode ser provado.

Nenhum artista tem simpatias éticas. Uma simpatia ética em um artista é um maneirismo de estilo imperdoável.

Nenhum artista é jamais mórbido. O artista pode expressar tudo.

O pensamento e a linguagem são, para o artista, instrumentos de uma arte.

O vício e a virtude são, para o artista, materiais para uma arte.

Do ponto de vista da forma, o tipo de todas as artes é a arte do músico. Do ponto de vista do sentimento, o ofício do ator é o tipo.

Toda arte é ao mesmo tempo superfície e símbolo.

Aqueles que vão além da superfície o fazem por sua conta e risco.

Aqueles que leem o símbolo o fazem por sua conta e risco.

É o espectador, e não a vida, que a arte reflete de fato.

A diversidade de opinião sobre uma obra de arte mostra que ela é nova, complexa e vital.

Quando os críticos discordam, o artista está de acordo consigo mesmo.

Podemos perdoar um homem por fazer uma coisa útil, contanto que não a admire. A única desculpa para fazer uma coisa inútil é admirá-la intensamente.

Toda arte é completamente inútil.


OSCAR WILDE





 
 
 

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