Política
O poema "Política", dedicado a Mário Cassassanta, aborda as consequências pessoais e emocionais do envolvimento e subsequente desilusão com a política. Através da trajetória de um poeta que sofre o ostracismo social e a perda de seu prestígio após romper com um chefe político, o texto explora temas como isolamento, descrença e a busca por liberdade em meio a adversidades.
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Inicialmente, o poema descreve o isolamento do poeta, que se vê abandonado por amigos e ridicularizado por um jornal governista, evidenciando o impacto da política na vida pessoal e na reputação. A crise pessoal é agravada pela comparação com rivais que, ao apoiarem a situação política vigente, desfrutam de crescente reconhecimento, enquanto o protagonista se sente diminuído.
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O desgosto com a situação leva o poeta a uma espiral de autodestruição, marcada por "porres violentos, diários" e um progressivo desleixo com sua arte. A falta de reconhecimento e a ausência de discípulos exacerbam sua crise existencial, deixando-o questionar o valor de sua própria voz e obra.
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Em um momento de profunda desesperança, o poeta se encontra à beira de um rio, contemplando o suicídio como escape para sua angústia. No entanto, a decisão de não se atirar marca um ponto de virada, onde ele encontra uma forma de liberdade na resignação, embora essa liberdade seja retratada de maneira ambígua, "livre que nem uma besta que nem uma coisa", sugerindo uma liberdade desprovida de propósito ou significado.
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O poema termina com uma reflexão sobre a noção de liberdade, questionando se a desvinculação total das expectativas e estruturas sociais representa uma verdadeira liberação ou simplesmente uma existência à margem, sem direção ou reconhecimento.
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