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  • Foto do escritor: Bruno Alves Pinto
    Bruno Alves Pinto
  • 10 de nov.
  • 7 min de leitura


Vidas Secas Graciliano Ramos

Texto Original Completo (em domínio público)


10 - Contas


Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito.

Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, engasgava-se, engolia em seco, na aflição, tentando espichar os recursos minguados. Transigindo com o outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se: Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repente estourava:

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