8 - Festa
Fabiano, Sinhá Vitória e os meninos iam à festa de natal na cidade.
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O pai e os meninos estavam vestidos de calças e paletós brancos feitos pela Sinhá Terta. As roupas eram apertadas e remendadas. Fabiano deu pouco tecido para fazê-las, desconfiando que Sinhá Terta roubava-lhe os retalhos. Sinhá Vitória, num vestido vermelho, calçava saltos que a impediam de andar. Fabiano esforçava uma postura diferenciada, ereta, mas a ele era incômoda.
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Após andarem um pouco se desfizeram de toda fantasia, seriam três horas de caminhada. Com roupas e sapatos às mãos receberam a presença de Baleia, que se unia ao grupo. Fabiano a expulsaria caso ainda estivessem vestidos e com a postura anterior, mas agora que estavam no mesmo nível da cachorra, sua presença era bem-vinda.
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Chegando à cidade a família foi à beira do rio lavar os pés e calçar os sapatos. As botinas só entraram nos pés de Fabiano após muito esforço, e machucavam-no. Mas eram necessárias. Ele iria à Igreja e, desde que se entende por gente, viu gente ir à festas e à Igreja vestido dessa forma. Não podia quebrar a tradição, mesmo sem saber bem o porquê.
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Os meninos se amedrontaram com a multidão. Como poderia existir tanta gente? Tantos mundos diferentes? Tantas cores, cheiros, luzes, casas, nomes. Tudo era estranho.
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Na Igreja Fabiano se incomodava por não conseguir andar junto de Sinhá Vitória e seus filhos, havia muita gente no lugar. Sentia-se preso, com tantas pessoas encostando em seu corpo, por todos lados. Tão preso quanto no dia da briga com o soldado amarelo.
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Do lado de fora foram a algumas barracas, os meninos às de brincadeiras, o Fabiano à de apostas e de bebidas. Sinhá Vitória o recriminava. Ele já estava bêbado, desafiando a todos para enfrentá-lo, mas ninguém lhe dava atenção. Sentaram-se na calçada. Fabiano deitou-se.
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Os meninos, assim como Baleia, encheram-se de tudo. A mãe sentiu-se apertada, foi até uma esquina onde outras mulheres se aliviavam. Voltou à calçada, Fabiano roncava, sonhando com brigas com soldados amarelos. Sinhá Vitória lembrou-se da seca, de quando caminhavam sem destino sob o sol. Concluiu que a vida não era má. Só faltava a cama de couro de seu Tomás da bolandeira.
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