6 - O menino mais velho
Um dia o menino mais velho ouviu de Sinhá Terta, durante uma reza para curar uma espinhela do pai, a palavra “inferno”. Daí surgiu na cabeça da curiosa criança a dúvida: o que é “inferno”.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Perguntou à sua mãe. Distraída, disse que era “um lugar ruim demais”. O menino insistiu, querendo mais, e foi desprezado.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Perguntou ao pai, nem obteve resposta.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Voltou à mãe e ela disse que havia lá espetos quentes e fogueiras. O garoto, inocente, perguntou se ela já havia visto. A mãe zangou-se e deu-lhe um cocorote.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Indignado, o garoto saiu e pôs-se a chorar. A cachorra Baleia apareceu para consolá-lo, pulando e agitando o rabo. Ele não acreditava que um nome tão bonito como “inferno” poderia significar algo ruim. Aliás, não existia para ele lugar ruim, o chiqueiro, o barreiro, o pátio, o bebedouro, tudo que conhecia era bom. Mas lembrou-se de quando sua mãe carregava o baú e seu irmão sob o sol, e quando ele desmaiou de tanto calor, e quando precisaram parar sob um juazeiro para aguentarem a viagem. Talvez aquilo fosse “inferno”.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Preferiu parar de questionar, esquecer-se do cascudo que levara da mãe, ao mesmo tempo em que outras questões surgiam-lhe à cabeça: como pode haver estrelas na Terra? A palavra “inferno”, ainda que fosse bela para ele, já havia o prejudicado o bastante. Tinha o apoio da Baleia, o que era o suficiente. Então o garoto abraçava a cadela, que na verdade desgostava daquela carícia excessiva, pensava somente num osso que uma hora haveria de roer.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE