
Segunda Parte
3 - Golias
Após uma semana da festa de Quinota e Genelício, era a vez de Olga se casar. Com uma cerimônia simples e sem formalidade religiosa, a moça aceitou o Doutor Armando Borges como marido, sem grandes expectativas. O noivo, sim, estava extasiado: com o título de médico, bem casado, acreditava que era só o início de sua próspera jornada.
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Quaresma não esteve no casamento da afilhada, mas enviou leitão, peru e uma longa carta. Havia um mês que contava com a presença de Ricardo Coração dos Outros em seu sítio. Enquanto Policarpo trabalhava ferrenhamente com a terra, o trovador fazia contatos na vila e participava de festividades – havia sido convidado pelo Doutor Campos, que também desejava ter uma conversa com Quaresma.
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Agora trabalhava na fazenda, além de Quaresma e Anastácio, Felizardo: um homem muito informado das fofocas da cidade. Uma dessas “notícias” que corriam pela boca do povo é que Policarpo havia se mudado para ali por motivos políticos.
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Certa tarde os recém-casados Olga e Armando chegaram ao “Sossego”. Quaresma emocionou-se com a visita da afilhada e Dona Adelaide deixou o médico muito a vontade com elogios ao seu título.
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Estavam todos reunidos quando Quaresma leu, abismado, o jornal da região: fora publicado um artigo que criticava a chegada de “intrusos” ao povoado e uma quadrinha zombava da figura do antigo major, aludindo ao caso do requerimento em tupi. Adelaide tentou acalmar o irmão, dizendo que aquilo era algo sem significância. Ricardo lembrou certos comentários a respeito de Quaresma, que ouvira na vila: por dar esmolas, remédios e lenha aos pobres, imaginava-se que tinha objetivos políticos. Mesmo assustado, Policarpo decidiu não demonstrar preocupação com o caso.
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Olga e seu marido, que passaram em torno de quinze dias no sítio, saíram a passeio na companhia de Doutor Campos e sua filha para conhecerem uma cachoeira na região. A moça ficou encantada com a beleza natural, mas impressionada ainda mais com a pobreza daquele vilarejo, onde ninguém cultivava nada. Para tentar entender o que causava tanta miséria, Olga foi falar com Felizardo, que descreveu as formigas saúva da região como o maior impedimento para o plantio naquelas terras, bem como a falta de apoio do governo – que só dava incentivos a imigrantes europeus.
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Durante o jantar Quaresma e Doutor Armando discutiam sobre as qualidades das terras brasileiras. Patriótico, o major se recusava a utilizar adubo, por acreditar que o solo nacional era o mais rico do mundo. O marido de Olga argumentava que na Europa havia áreas muito mais férteis, para a fúria de Policarpo. Após uma modinha de Ricardo e uma música ao piano de Olga, todos foram dormir.
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Durante a noite Quaresma ouvia o tradicional coaxar dos sapos quando percebeu um som diferente: como se galhos fossem quebrados. Saindo de seu aposento, encontrou na cozinha um exército de saúvas atacando potes de milho e feijão que estavam abertos. Ele tentou combatê-las, mas recebeu muitas picadas e deixou a vela cair no chão, perdendo a batalha no escuro.
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