
Parte 3 - Posse: Capítulo 5
No dia seguinte, depois de almoçar e certificar-se que Fernando havia saído, Aurélia decidiu verificar como estava o quarto de seu marido: todas as prateleiras estavam vazias e todos os objetos de luxo estavam guardados nos armários e nas gavetas, intocados. Não entendia qual o propósito de Seixas com tais ações: os empregados viam tudo como mera avareza, mas ela sabia que aquilo tinha algum outro propósito, partia de alguma ideia fixa na mente de Seixas.
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Após o jantar, no tradicional passeio pelo jardim, Aurélia questionou tais hábitos de Fernando: o marido que ela havia comprado era um homem nobre, não um avarento. Seixas decidiu abrir seu jogo: ele cumpriria todas as suas funções de marido, com respeito, fidelidade e até mesmo amor – mas este nunca seria verdadeiro, como seus loiros cachos de cabelos, mas falso como as mechas postiças que algumas mulheres usavam, afinal havia sido comprado.
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Aurélia enraivou-se com tal postura de Fernando, argumentando que ela entendia muito bem da matéria de amor, e que se havia ainda algo do amor que ela sentiu por ele, já estava morto e logo seria enterrado.
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Fernando reafirmou que vendeu-se como um marido, mas não sua alma ou seu caráter, portanto tinha o direito de encenar a avareza, se assim preferisse; ela não poderia forçá-lo a ser um esbanjador. Aurélia retrucou que era exatamente isto o que ele era antes do casamento, ao que Fernando concordou, tanto que foi por essas qualidades que fora escolhido como marido, mas não seria ele obrigado a mantê-las.
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Por fim, Aurélia afirma que esta redenção tardia de Seixas não passa de um arrependimento covarde, e Seixas retruca que sua sagacidade comprova seu parentesco com o Sr. Lemos. Aurélia não suportou esta última ofensa e foi sozinha para dentro da casa – pela primeira vez desde que se casaram.
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