Romance XXII ou Do diamante extraviado
Neste poema específico, a narrativa centra-se em um negro que desce do Serro, uma cidade mineira conhecida pela extração de diamantes, carregando consigo uma valiosa pedra. O poema explora a tensão e o mistério em torno dessa figura, destacando o contraste entre a escuridão do negro e o brilho do diamante que carrega, sugerindo uma metáfora poderosa sobre a visibilidade e invisibilidade, valor e marginalização. O fato de o negro ser "alto bastante" e "mais que os brancos arrogante" subverte a hierarquia social da época, onde os negros eram geralmente subjugados.
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A obra de Meireles, ao incluir esse personagem, sublinha a complexa realidade social e racial do Brasil colonial. O diamante, elemento central do poema, simboliza não apenas a riqueza material, mas também o objeto de desejo e a causa de tensão e conflito. A reação da vila à presença do negro – a vigilância, o medo, a inveja e a hesitação em confrontá-lo – revela a hipocrisia e a covardia das estruturas de poder locais, incapazes de enfrentar diretamente a questão por medo e interesse próprio.
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