Romance XXI ou Das ideias
O poema destaca a vastidão e a riqueza natural e material das Minas Gerais, com suas "lavras inchadas de ouro" e "diamantes entre as pedras", mas também faz questão de mostrar o lado sombrio dessa opulência, como a presença de "negros, índios e mulatos" explorados e a terra "revirada" pela mineração intensa. Meireles descreve um cenário de opulência e devoção religiosa, com "altares cheios de velas", "procissões" e "promessas", contrastando com as "mãos de gangrena e lepra" que esculpem anjos e santos, evidenciando a deterioração física e moral por trás da fachada de riqueza e fé.
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A narrativa do poema expande-se para abranger a complexidade social da época, destacando a diversidade étnica e a rigidez das hierarquias sociais, com "capitães, governadores, padres, intendentes, poetas", e as interações cotidianas entre as diferentes camadas sociais. Meireles ressalta a presença constante das "ideias", que percorrem toda a sociedade, desde as "esposas preguiçosas na rede embalando as sestas" até os "estudantes que partem" e os "doutores que regressam". Essas ideias são, ao mesmo tempo, inovadoras e subversivas, circulando pelas "amplas casas" e "longos muros", alimentando sonhos de liberdade e transformação.
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