Romance XIX ou Dos maus presságios
A referência ao "Contratador Fernandes" e a "Chica da Silva" insere o leitor no contexto do ciclo do ouro em Minas Gerais, um período de grande exploração econômica que trouxe tanto riqueza quanto miséria. Chica da Silva, uma escrava alforriada que se tornou influente e opulenta, é lembrada aqui como um símbolo de tempos de ostentação que já se foram.
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O poema segue abordando a continuidade da exploração e da injustiça, apontando que, embora os tempos mudem, as práticas corruptas e a exploração persistem ("Mandam sempre os que são grandes: / e é grandeza de ministros / roubar hoje como dantes"). Este lamento pela contínua desigualdade e pela pilhagem das riquezas nacionais ("Vão-se as minas nos navios... / Pela terra despojada, / ficam lágrimas e sangue") reflete uma crítica tanto ao passado colonial quanto às práticas contemporâneas ao período de Cecília Meireles.
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A autora também ilustra a impotência e a desesperança do povo diante dessas injustiças, com imagens de "donzelas sem dote" e "noivos impossíveis", simbolizando sonhos e esperanças frustradas. A referência à Santa Ifigênia, padroeira dos negros e dos pobres, sublinha a situação dos oprimidos, que continuam a sofrer enquanto os poderosos prosperam.
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Ao final, o poema critica a estrutura social e econômica que empobrece aqueles que trabalham e enriquece os arrogantes, representados pelos "fidalgos e flibusteiros / que reinam mais que a Rainha / por estas minas distantes". Este contraste entre o trabalho honesto e a riqueza ilícita sugere uma reflexão sobre a natureza da justiça e a moralidade nas relações de poder.
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