Romance XII ou De Nossa Senhora da Ajuda
Cecília Meireles descreve a capela do Pombal, repleta de imagens de santos e adornos religiosos, destacando-se Nossa Senhora da Ajuda. A presença dessas imagens sagradas confere ao lugar uma atmosfera de devoção e proteção espiritual. A descrição minuciosa dos objetos litúrgicos e das práticas religiosas enfatiza a importância da fé e da religião na vida dos personagens, algo comum na sociedade colonial brasileira.
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As sete crianças que rezam na capela representam um símbolo de inocência e esperança. Entre elas, destaca-se um menino sério, identificado como Joaquim José. Este trecho é carregado de ironia e tragédia, pois o leitor sabe que este menino, que busca a proteção da santa, é o futuro Tiradentes, destinado a um fim trágico. A repetição do número sete sugere uma simbologia cristã, remetendo aos sete pecados capitais ou às sete virtudes, sublinhando a constante presença do sagrado.
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A figura de Nossa Senhora da Ajuda, apesar de majestosa com seu cetro, manto e olhos de cristal, é descrita como uma "grande imagem triste", incapaz de intervir no destino cruel que aguarda Joaquim José. Esta imagem de impotência divina frente à injustiça terrena contrasta fortemente com a fé das crianças, reforçando a sensação de tragédia inevitável que permeia o poema.
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Cecília Meireles usa o poema para humanizar Tiradentes, mostrando-o como uma criança inocente e devota antes de se tornar um mártir da causa da liberdade. O destino de Joaquim José é selado com a profecia sombria de que ele será levado à forca, uma alusão direta ao desfecho histórico conhecido. O poema termina com um apelo desesperado à Nossa Senhora da Ajuda para que intervenha, sublinhando o desamparo e a fatalidade que marcaram a vida do herói inconfidente.
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