Romance LXXXI ou Dos ilustres assassinos
Meireles direciona sua crítica aos poderosos da época, ironicamente chamados de "ilustres assassinos". Ela os descreve como figuras que se debruçam sobre papéis, calculando o mundo em termos monetários e legais, enquanto traçam linhas e assinaturas que selam destinos e sentenças. Utilizando uma linguagem carregada de simbolismo, ela os compara a pavões vaidosos com seus rutilantes vestidos, ostentando um poder que, paradoxalmente, os confunde e os corrompe.
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A referência às "mesas" e "molduras" evoca a imagem de autoridades distantes das realidades e das consequências de seus atos, encapsuladas em seus próprios documentos e retratos. Ao conclamar essas figuras a levantarem-se e confrontarem as consequências de suas decisões, Meireles sugere um despertar para a realidade das masmorras, fortalezas e sepulturas que suas penas e assinaturas ajudaram a criar.
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