Romance LXXX ou Do enterro de Bárbara Eliodora
No início do poema, nove padres rezam tristemente enquanto levam o corpo de Bárbara Eliodora para ser enterrado. A imagem que Cecília Meireles cria é de profunda melancolia e respeito, destacando a importância e a reverência associadas a essa figura. Bárbara, descrita como altiva e cantada, pertencente à nobreza de Minas Gerais, é agora reduzida à mortalidade comum, "já sem nome, voz nem peso", num contraste marcante entre sua vida e sua morte. A descrição do enterro com palavras latinas, velas brancas e panos negros acentua o ritual solene e o fim inevitável.
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O poema segue para uma reflexão sobre os sofrimentos vividos por Bárbara. A perda do marido, preso e morto nos calabouços, e a tragédia de seus filhos marcam sua vida com dor e desespero. Essas experiências amargas são personificadas na imagem dela falando às paredes da casa, exaltada e brava, numa busca desesperada por justiça ou consolo. A menção à tosse e febre indica a deterioração física que acompanha seu sofrimento emocional, culminando em sua morte, onde ela é colocada "num simples colchão de terra".
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