Romance LXXVII ou Da música de Maria Ifigênia
Cecília Meireles retrata a figura de Maria Ifigênia, uma jovem envolvida em um contexto de tristeza e desolação, refletindo o cenário tumultuado e trágico da Inconfidência Mineira. O Rio das Mortes, mencionado repetidamente, simboliza tanto um espaço físico quanto um estado de espírito melancólico, carregando ecos de sofrimento e perda. As "mãozinhas pequenas" de Maria Ifigênia, que tentam tocar um teclado com "exercício malseguro", representam a inocência e a fragilidade de uma infância interrompida por circunstâncias adversas.
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O poema constrói uma atmosfera de tensão e desalento, com a jovem estudando música de maneira nervosa e desafinada, sugerindo que seu esforço é vão e fadado ao fracasso. A referência à "mãe demente" e ao "pai degredado" aprofunda o sentido de desamparo e destino trágico que paira sobre a família e, por extensão, sobre a própria Inconfidência. Cecília Meireles usa a figura de Maria Ifigênia para simbolizar a pureza e a inocência sacrificadas em meio ao caos político e social, destacando a brutalidade dos tempos e a perda de um futuro promissor.
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