Romance LII ou Do carcereiro
A voz lírica adota uma perspectiva crítica e pessimista em relação ao sistema judicial e à justiça da época. O poema inicia-se com os pensamentos de um carcereiro sobre um condenado Há uma antecipação de um mau fim para ele, sugerindo que ele será punido de forma pública e humilhante, "pelas ruas afora, com baraço e pregão". Essa imagem de exposição pública e punição severa reflete o clima de repressão e vingança que permeava o período histórico retratado pela autora.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
O verso "Nunca lhe deram nada. Quem lhe daria agora perdão?" aponta para uma falta de compaixão e clemência na sociedade da época, onde a benevolência é rara, especialmente para os desafortunados. A desconfiança nas instituições fica clara quando o poema afirma que "Nunca o escrivão escreve o que a vítima diz" e "Não tem lei nem justiça quem nasceu infeliz", sugerindo um sistema corrompido e parcial, onde os menos favorecidos não encontram amparo.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE