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Resumo Por Capítulo: Romanceiro da Inconfidência

Romance IV ou Da donzela assassinada


Neste poema a voz poética é de uma jovem donzela que narra seu próprio assassinato pelas mãos do pai, motivado pelo orgulho e pelo desejo de preservar a honra familiar. O episódio é ambientado em Vila Rica, cidade central da Inconfidência Mineira, conhecida pelas suas minas de ouro. A atmosfera de Natal e a descrição do quintal com flores e nuvens contrastam tragicamente com o ato violento que se desenrola. A repetição de "Foi pelo mês de dezembro, pelo tempo do Natal" acentua a ironia e a dor, evidenciando a ruptura entre o tempo de paz e festividade e a brutalidade do crime.


A donzela explica que seu amor era desigual, um amor proibido devido à diferença de condição social, o que desencadeia a ira de seu pai. A imagem do lenço, que inicialmente é sacudido para secar, torna-se um símbolo do amor e do luto. Lavado em lágrimas, o lenço carrega os sonhos e as angústias da jovem, tornando-se um testemunho silencioso de sua desgraça. Ao longo do poema, o lenço adquire uma dimensão quase mágica: se pudesse voar e falar, revelaria a tragédia e o motivo por trás do assassinato – a cobiça pelo ouro, simbolizado pelo punhal de ouro que tirou a vida da donzela.


O poema explora a dicotomia entre vida e morte, amor e violência, inocência e crueldade. A jovem, agora um espírito penante, vaga pelo quintal onde foi morta, presa entre o mundo dos vivos e dos mortos. A referência à Virgem do Pilar e a súplica à santa sublinham a religiosidade e a busca desesperada por consolo e justiça. A menção às minas de ouro de Vila Rica como "minas de rosalgar" (um veneno) sugere que a riqueza material é, na verdade, uma maldição, trazendo dor e destruição em vez de prosperidade.



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