Romance III ou Do caçador feliz
No poema "Do caçador feliz", Meireles utiliza a figura do caçador na mata como uma metáfora rica e multifacetada. O caçador, que se move felizmente pela floresta, encontra riquezas naturais em seu caminho – seixos de ouro e cascalho de diamantes – e carrega consigo uma espingarda carregada com pepitas de ouro puro. Essa imagem simboliza a abundância dos recursos naturais de Minas Gerais, que foram intensamente explorados durante o período colonial. A felicidade do caçador pode ser entendida como uma representação do fascínio e da ganância despertados pela promessa de riqueza fácil, um tema recorrente na história da exploração do ouro no Brasil.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
A repetição da figura do caçador e as perguntas que se dirigem a ele – "são bichos que vais caçando, ou caças o que não dizes?" – sugerem uma ambiguidade nas suas intenções. Esta ambiguidade pode ser vista como uma crítica velada àqueles que se deixaram corromper pela busca incessante de riqueza, muitas vezes à custa de princípios éticos e morais. O caçador, que poderia ser um símbolo da liberdade e da aventura, também se torna uma figura que encarna a exploração e a avareza.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE