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Resumo Por Capítulo: Romanceiro da Inconfidência

Romance II ou Do ouro incansável


O poema descreve a incansável busca pelo ouro nas minas de Minas Gerais, destacando tanto os aspectos físicos quanto os sociais e morais desse empreendimento. A imagem das "mil bateias rodando sobre córregos escuros" simboliza o trabalho incessante dos mineradores, enquanto "a terra vai sendo aberta por intermináveis sulcos" evoca a exploração profunda e contínua do solo em busca do metal precioso. A repetição de "mil bateias" e "mil galerias" enfatiza a vastidão e a intensidade dessa atividade, bem como seu impacto avassalador na natureza e na sociedade.


O ouro, que emerge de seu "calmo esconderijo", é descrito como algo que, apesar de sua aparência inofensiva, tem o poder de "turvar tudo" – valores como honra, amor e pensamento. Este contraste entre a clareza física do ouro e a turvação moral que ele provoca reflete a ambiguidade ética que permeia a corrida do ouro, onde a busca pela riqueza frequentemente leva à degradação humana e social.


A narrativa prossegue detalhando as consequências dessa febre do ouro: os negros que trabalham exaustivamente nos córregos, a morte por febre e fome, a ganância que gera rivalidades sinistras. A referência a "ladrões e contrabandistas" e o aumento dos impostos e cadeias pintam um quadro de crescente desordem e injustiça. Meireles ilustra um ambiente de intrigas e enredos onde "culpados e justos" se veem igualmente aprisionados, e ninguém dorme tranquilo, pois "a noite é um mundo de sustos".


A imagem final dos "fantasmas dos morros" e "almas dos cemitérios" que descem pedindo ouro e prata, apenas para encontrar "muitas algemas de ferro", encapsula a ironia e a tragédia da situação. As almas dos mortos, representando as vítimas da busca insaciável por riqueza, não encontram repouso nem redenção, apenas mais opressão e escravidão.



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