Romance I ou Da revelação do ouro
Cecília Meireles retrata o cenário e o contexto da descoberta do ouro nos sertões brasileiros, destacando o impacto que essa descoberta teve sobre os homens e a natureza. O poema inicia-se com a descrição vívida da paisagem natural e selvagem, onde pássaros, cobras e macacos coexistem em um ambiente primitivo e indomável. A súbita revelação do ouro no solo transforma essa paisagem em um campo de cobiça e avareza, desencadeando uma corrida frenética que altera profundamente o ambiente e os homens envolvidos.
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Os personagens descritos por Meireles são "homens desgrenhados", endurecidos pela busca incessante de riquezas. Esses exploradores enfrentam condições adversas, com vestes de couro e rostos curtidos pelo sol, sobrevivendo comendo larvas e pássaros enquanto alimentam uma fome insaciável por ouro e pedras preciosas. A autora sublinha a violência e a desumanidade que emergem dessa busca obsessiva, onde parentes e companheiros se tornam rivais, e a traição e o assassinato se tornam comuns.
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O poema também destaca as consequências espirituais e morais dessa obsessão pelo ouro. Capelas surgem nos matos, como testemunhas mudas dos pecados e dos arrependimentos dos homens que, em seu desespero, recorrem à religião em busca de redenção. No entanto, o vento, antes carregado de perfumes agradáveis, agora traz o cheiro da morte e do desespero, simbolizando a degradação moral que acompanha a busca desenfreada por riquezas.
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A natureza, personificada através das montanhas, rios e selvas, observa com assombro a transformação brutal trazida pela chegada desses homens alucinados. A descrição do impacto humano sobre o ambiente e a própria essência humana revela uma crítica profunda de Meireles à ganância e à destruição que marcam esse período histórico.
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O poema conclui com uma reflexão melancólica sobre o legado dessa busca pelo ouro. Os filhos e netos dos pioneiros seguem os mesmos caminhos, repetindo os mesmos erros e caindo nas mesmas armadilhas, condenados a um destino de miséria e insatisfação. A sede de ouro, como afirma Meireles, é incurável, e sua busca leva os homens à autodestruição.
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