Fala aos Inconfidentes mortos
No poema, a autora dirige-se aos inconfidentes mortos, envoltos na "treva da noite", sugerindo uma atmosfera de luto e mistério. A imagem da "lanosa capa nos ombros curvos dos altos montes" personifica a paisagem como um manto de silêncio e escuridão que cobre os eventos passados. A sensação de silêncio absoluto é reforçada pela enumeração de sentimentos e estados - "amor, inveja, ódio, inocência" - que se perdem no "imenso tempo", como se todos os conflitos humanos estivessem sendo lavados pela corrente inexorável do tempo.
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O poema evoca a dureza e a crueza da vida humana através da metáfora do "grosso cascalho", refletindo sobre os "negros orgulhos", a "ingênua audácia", os "fingimentos e covardias" dos envolvidos na Inconfidência. O tempo é apresentado como uma força implacável que desgasta e expõe a miséria humana, rodando "soltos" esses elementos na sua corrente eterna. A noite parada, "suspensa em bruma", sugere uma reflexão profunda sobre a história e a memória, onde os leitos dos rios (metáfora para os destinos individuais) não são visíveis, mas no horizonte da memória eterna, os embates e os feitos antigos ainda fervem e ressoam.
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