QUARTA EXPEDIÇÃO: Capítulo 5
O ASSALTO, PREPARATIVOS
Ao receber o comboio de suprimentos no dia 13 de julho o exército delineou imediatamente os planos para um ataque final ao arraial. As equipes médicas, a artilharia e duas brigadas permaneceriam no Favela enquanto o restante dos combatentes invadiria Canudos numa fileira única – mais um erro estratégico, na visão do autor, já que isso facilitaria o recuo provisório dos sertanejos.
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Após um breve confronto no dia 15, quando alguns fanáticos aproximaram-se do acampamento, decidiu-se pela ação definitiva no dia 18, com a certeza de uma vitória rápida.
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PLANO DO ASSALTO, O RECONTRO, LINHA DE COMBATE
Na manhã do dia 18 mais de três mil homens desciam o morro da Favela sob o comando de oficiais já reconhecidos por suas glórias nos combates federalistas do sul do país e que imaginavam estarem próximos de mais um êxito republicano.
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Eram sete horas quando o agrupamento recebeu os primeiros tiros dos jagunços, que pareciam esperar por este movimento. Dentro do possível os batalhões se organizaram em linhas de combate ainda nas encostas do morro.
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CRÍTICA, CONFUSÃO, TOCAIA DOS JAGUNÇOS
O terreno desfavorável e o despreparo das tropas para se organizarem durante a batalha culminou em uma confusão generalizada: os combatentes eram cercados por inimigos e corriam desordenadamente, muitas vezes em sentidos opostos, sem qualquer lucidez de uma estratégia geral a se seguir.
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Ainda assim, seguindo a simplória tática de “avançar e carregar”, os soldados galgavam os últimos obstáculos do terreno antes de adentrar ao povoado. Uma a uma as brigadas alcançavam a fronteira que os levaria à invasão dos primeiros casebres.
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Neste momento decisivo do confronto descobriram-se diversos esconderijos subterrâneos, disfarçados entre as poucas árvores do terreno, de onde os jagunços tinham liberdade para alvejar os soldados republicanos.
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NOVA VITÓRIA DESASTROSA, BAIXAS
A situação crítica inspirou o comandante em chefe a ordenar a manutenção do espaço conquistado, sem avanços nem recuos. Aquele região era o subúrbio de Canudos, com casas recém construídas por conta do crescimento abrupto do povoado. Durante o resto do dia a tropa empenhou-se em entrincheirar o terreno, que lhe parecia ainda mais ameaçador do que o acampamento no Favela.
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Quase mil soldados saíram de combate, mortos ou feridos, entre eles muitos oficiais de alta patente e médicos. As baixas eram relatadas pelos sobreviventes com ares de heroísmo e somente assim mantinham a moral do exército elevada.
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NOS FLANCOS DE CANUDOS, POSIÇÃO CRÍTICA, NOTAS DE UM DIÁRIO
A noite do dia 18 foi de extrema tensão: qualquer revide dos jagunços poderia resultar no aniquilamento dos militares, mas nada relevante ocorreu. Como de costume, ouviram-se os sinos e as rezas ao pôr do sol. Os fanáticos pareciam dispostos a defender o arraial casa por casa, sem nenhuma outra estratégia mais elaborada.
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Ciente da fragilidade de sua posição, o general Artur Oscar decidiu pedir um reforço de mais cinco mil homens, sem o qual seria impossível avançar pela cidadela. O estabelecimento da nova base tornou o martírio dos soldados ainda maior: a comunicação e o transporte de feridos ao morro da Favela eram operações de alto risco e os confrontos intermitentes não davam descanso às tropas.
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O autor esboça um diário da batalha que perdurou pelos dias seguintes à primeira investida, com repetições frequentes das mesmas cenas: intervalos de armistícios e ataques surpresa que geravam mais baixas entre os republicanos.
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TRIUNFOS PELO TELÉGRAFO
A imprensa nacional levava às capitas da República notas contraditórias sobre a guerra em Canudos: a travessia do Cocorobó fora relatada como um prenúncio do inevitável sucesso das ações militares sobre o arraial e repetiam-se manchetes que davam como iminente a vitória final sobre o Conselheiro e seus seguidores, até que no dia 27 os primeiros telegramas realistas surgiriam trazendo os cenários catastróficos.
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