Resumo Geral
Euclides da Cunha inicia sua obra descrevendo os aspectos geológicos, hidrográficos e climáticos que fazem do sertão um ambiente tão hostil ao homem. O interminável ciclo de chuvas e secas se alterna por décadas, ora proporcionando um terreno fértil ao estabelecimento humano, ora tornando seus habitantes nômades em busca de oásis de sobrevivência. Tais fatores fizeram do interior do nordeste uma zona desconhecida, muito pouco estudada e avessa a povoamentos duradouros. Ele lista alguns componentes da fauna e da flora da caatinga que sustentam a vida na região: cactos resistentes, árvores de folhas grossas e revoadas de pássaros migrantes formam a paisagem hostil.
Ao considerar o aspecto humano do conflito de Canudos, Euclides faz uma extensa descrição das “raças” que formavam o povo brasileiro e da forma como havia se dado a ocupação do território até então: desde os primeiros portugueses, degradados e criminosos, que cruzaram seu sangue com os indígenas originários, passando pelos escravos africanos que povoaram boa parte da costa, nas plantações de cana, até a confluência de todos os tipos no padrão “pardo” que deveria dominar a maior parte da população em um futuro próximo.