EXPEDIÇÃO MOREIRA CÉSAR: Capítulo 2
PARTIDA DE MONTE SANTO
Os mais de 1.200 homens prepararam-se para a revista e era quase noite quando saíram de Monte Santo para Canudos. Inesperadamente, por capricho do comandante, as tropas deixaram a cidade em formação de marcha.
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PRIMEIROS ERROS
Em três dias a vanguarda dos militares chegava ao Cumbe, enquanto o resto da força havia estacionado em uma fazenda por conta de mais um ataque epilético de Moreira César.
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O caminho escolhido, que ruma direto ao norte, é menos tortuoso que o do Cambaio, mas tem o clima mais árido, com vegetação desértica.
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NOVA ESTRADA
A travessia era penosa: o terreno arenoso dificultava o andar das carretas, a tropa se exauriu sob o sol de verão e uma bomba artesiana para captação de água revelou-se inútil. Com tantos contratempos só restava adiantar a marcha.
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O inimigo dava sinais de estar por perto, rondando a expedição: encontravam-se restos de fogueiras ainda acesas e até armamentos rudimentares que eram deixados para trás quando, provavelmente, os jagunços eram surpreendidos pela chegada dos soldados.
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No dia 1º de março, sob uma chuva passageira, o agrupamento agitou-se com o alarma de um veículo que se aproximava. Moreira César chegou a montar seu cavalo e correr em direção ao suposto oponente, quando descobriu que se tratava de um comboio de mantimentos enviado por um coronel da região.
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No dia 2 a tropa saía para o Angico, última parada antes da entrada em Canudos, certa de que teria a vitória facilmente. Sugeriu-se que o grupo se dividisse em três colunas, mantendo uma porção na vanguarda e outras como reforço, para apoiarem o ataque ou suportarem algum recuo.
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EM MARCHA PARA O ANGICO
A marcha, porém, continuou na formação original, com um piquete explorador à frente, seguido pelos batalhões, ficando apenas o corpo de saúde e poucos soldados na retaguarda.
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O chão quente já havia secado totalmente a leve chuva dos dias anteriores. No horizonte avistavam-se os últimos montes, que rodeavam Canudos.
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PSICOLOGIA DO SOLDADO BRASILEIRO
As tropas nacionais, misturando diversas raças e cores, parecem reagir à iminência do combate com o espírito guerreiro, selvagem, desapegado à vida.
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Enquanto no dia-a-dia dos quartéis e das paradas os soldados têm uma postura desleixada, o conflito real lhes dá um ânimo revigorante. A luta, no entanto, ocorre sem qualquer ordem ou disciplina, seguindo apenas os instintos de bravura.
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Prestes a invadir Canudos, os expedicionários misturavam a certeza da vitória, na expectativa de exterminar a tiros todos os inimigos, ao temor de encontrarem o arraial vazio, tendo marchado em vão.
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