A TERRA: Capítulo 1
PRELIMINARES
O autor faz uma detalhada explanação sobre a geologia brasileira, com a descrição das formações montanhosas que beiram o litoral do sul do país e vão se aplainando conforme se vai ao norte. A curiosa característica dos rios que nascem próximos ao litoral e seguem rumo ao interior é a justificativa para o direcionamento de muitas expedições que originaram o povoamento de todo o território.
A partir do norte de Minas Gerais, entrando na Bahia, há um conjunto de chapadas e morros esparsos que dominam a paisagem, na qual se destaca o rio São Francisco.
A ENTRADA DO SERTÃO
Numa região cercada ao norte por uma curva do São Francisco e ao sul pelo Itapicuru-açu, é estabelecida a “entrada do sertão”, com pequenos rios que desembocam no mar, como o Vaza-Barris, que banhava o povoado de Canudos.
TERRA IGNOTA
O autor surpreende-se por haver poucos registros históricos sobre aquela região, que possui o tamanho equivalente à Holanda. Poucos vilarejos se estabeleceram na área, sendo muitos os que não perduraram. Os principais fluxos de expedições dirigiam-se a outros destinos, sempre se desviando daquelas terras.
EM CAMINHO PARA MONTE SANTO
Seguindo à beira do Itapicuru, a vegetação vai rareando e se reconhecem os traços da caatinga, intercalados com regiões argilosas que se assemelham a oásis. Ao norte há a serra do Monte Santo, após a qual há o chamado “Caldeirão”, região que antecede o sertão mais seco.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Impressionado com o visual do sertão, o autor descreve grandes conjuntos de pedras e elevações trabalhadas pela ação das bruscas variações de clima – calor extremo no verão e chuvas violentas no inverno, únicas estações que ocorrem no local. Há ainda diversos leitos secos de rios que só se enchem nos períodos chuvosos.
UM SONHO DE GEÓLOGO
A caminhada por aquele terreno faz o viajante sentir-se em meio ao fundo de um oceano que se secou, dadas algumas características do relevo. O autor se aventura a regredir alguns milhões de anos na formação geológica da América e propõe uma teoria em que a porção norte do país, incluindo a região amazônica, estaria inundada ainda antes da elevação dos Andes. Isto justificaria a semelhança do sertão com o fundo de um mar.