XLII

Este capítulo denuncia que, em lares onde todo o serviço doméstico recai sobre pessoas escravizadas, a educação das meninas se inicia cercada de exemplos morais perniciosos. A criança se acostuma desde cedo ao espetáculo da violência e da humilhação, a ponto de reproduzir crueldade — até contra a ama que a amamentou, depois vendida ou alugada quando deixa de ser “útil”. Entre o rigor do senhor e a impotência do escravizado, obrigado ao artifício para aliviar o sofrimento, formam-se os quadros cotidianos que as crianças observam ao transitar dos aposentos dos pais aos quartos das escravas que delas cuidam. Assim, uma “graça” exterior, fabricada, encobre um entendimento ainda embrionário que se desenvolve nas piores condições para o seu futuro aperfeiçoamento.

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