- Bruno Alves Pinto

- 21 de nov
- 4 min de leitura

Capítulo XX
Dorian caminha numa noite agradável, ainda desfrutando da aparência jovem que o torna reconhecível na rua, mas já cansado de ouvir o próprio nome e de ser alvo de comentários. Ele se lembra com nostalgia da vila onde ninguém o conhecia e da jovem simples que seduzira, Hetty Merton, a quem fizera acreditar que era pobre e a quem confessara “perversidade” sem que ela o levasse a sério. Essa moça, ingênua e alegre, encarna tudo o que ele sente ter perdido: pureza, simplicidade, desconhecimento do mal. Ao chegar em casa e ficar sozinho, Dorian começa a recordar as ideias de lorde Henry e a se perguntar, angustiado, se uma pessoa é realmente incapaz de mudar. Ele sente um desejo desesperado de recuperar a pureza da infância, mas reconhece que corrompeu a própria mente, foi má influência para outros e arruinou vidas promissoras. Percebe que todo o desastre moral começou no momento em que ele desejou que o retrato envelhecesse em seu lugar, protegendo sua beleza e juventude, e conclui que teria sido melhor sofrer, desde sempre, as consequências diretas de cada pecado, vendo no castigo uma forma de purificação.
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