Capítulo XI

O capítulo mostra como Dorian Gray se deixa dominar completamente pelo misterioso livro francês que recebera de Lord Henry. Ele compra vários exemplares luxuosos, manda encadernálos em cores diferentes para combinar com seus humores, e passa a ler a obra como se fosse um espelho antecipado da própria vida: o herói decadente do romance torna-se uma espécie de prenúncio de si mesmo. A diferença é que, ao contrário do personagem que passa a odiar espelhos por causa da perda da beleza, Dorian continua jovem e impecável por fora, o que lhe dá um prazer cruel ao reler o desfecho trágico do outro. Enquanto o herói do livro se apavora com a deterioração física, Dorian mantém a aparência imaculada, apesar de rumores sinistros sobre sua conduta circularem por Londres, rumores que ninguém consegue conciliar com aquele rosto tão puro e encantador, capaz até de constranger homens grosseiros apenas com a presença.

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