Capítulo 10
Jorge trouxe presentes e relatou sucessos em seus trabalhos. Perguntou brevemente sobre as visitas de Basílio, mas sem maiores desconfianças. Luísa parecia-lhe ainda mais adorável, assim como ela sentia-se mais apaixonada por ele.
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Dentro de alguns dias Juliana passou a solicitar alguns confortos à sua patroa: que mudassem seu quarto para um cômodo em que eram guardados velhos baús. Luísa esforçou-se para convencer o marido a agradar a empregada, argumentando que ela fora uma boa companheira durante sua ausência, assim como durante a doença de sua mãe.
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Percebendo o poder que possuía, Juliana multiplicou suas exigências: cômoda e colchão novos, mais vestidos e sapatos. Por outro lado, sentiu-se à vontade para ter mais tempo de lazer: acordava tarde, saía para passeios e deixava os trabalhos se acumularem. Enquanto isso Luísa se dispunha a arrumar a casa para evitar que Jorge percebesse o relaxamento da empregada.
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Certo dia, exausta com as folgas de Juliana, que deixava para ela até mesmo os serviços mais pesados, Luísa saiu desesperada à procura de Leopoldina. A amiga ouviu toda a história e sugeriu que ela pedisse dinheiro a um amigo banqueiro que era seu admirador: poderia emprestá-lo ou mesmo dá-lo em troca de “afetos”.
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Contrariada com a sugestão de Leopoldina, Luísa passou pela Igreja ao voltar para casa: Deus seria seu último refúgio, quem sabe se tornaria freira… Mas nem mesmo conseguia articular as palavras para expor sua imoral situação aos santos.
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