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Resumo Por Capítulo: O Mulato

Capítulo 1


A pobre cidade de São Luís do Maranhão é castigada por um dia de sol forte e calor intenso. Nas ruas andam somente os pretos e os aguadeiros, aqueles que abastecem as casas com água. Na Praia de Santo Antônio uma buzina chama as peixeiras, mulheres negras e gordas, que enchem seus tabuleiros com a produção dos pescadores.


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Na Praia Grande e na Rua da Estrela há mais movimento: comerciantes de paletó suado, negros no carreto, caixeiros, escravos vendidos como animais, leiloeiros nos armazéns, gordos capitalistas, além de alguns desempregados e ociosos que, no entanto, mantinham a postura de homens muito ocupados.


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O sobrado de Manuel Pescada possui uma varanda pitoresca, com uma bela vista para o rio Bacanga, azulejos portugueses, armários de jacarandá que exibem pratas e porcelanas. À mesa, ainda com a louça do almoço e uma garrafa com restos de vinho português, estão o dono da casa e sua filha, Ana Rosa, que é questionada sobre o interesse em se casar, mas não responde, distraída com migalhas de pão.


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Manuel Pedro da Silva, nome de batismo, era um português de cinquenta e tantos anos, forte e trabalhador. Fora casado com Mariana, uma senhora de Alcântara, que faleceu deixando-lhe uma filha. Para cuidar da pequena, convidou sua sogra, D. Maria Bárbara, para morar consigo.


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A velha mantinha uma boa aparência, mas possuía um gênio insuportável, tratando os escravos com violência por puro gosto e incomodando os vizinhos com suas gritarias quando estava furiosa. Orgulhosa de sua ascendência portuguesa por parte dos avós, D. Maria contentou-se em casar a filha com um homem branco e europeu, assim como ela havia feito.


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Mariana, no entanto, uniu-se a Manuel Pedro por mera comodidade, atendendo a suas inclinações maternais. Quando jovem fora apaixonada por José Cândido, conhecido como “Farol”, um agitador político liberal, cuja aproximação foi impedida pela família. Manuel Pedro, por outro lado, era avesso às tendências românticas de Mariana, mas era um bom homem. Ao saber da morte de Farol, Mariana foi tomada por uma tristeza que se converteu em doença e, antes de falecer, deu à filha o único conselho do qual Ana Rosa nunca se esqueceria: para ser feliz, ela teria que se casar por amor, arriscando a própria vida se necessário.


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Ana Rosa, que herdou a beleza da mãe e a robusteza do pai, foi criada entre a falta de afeto paternal e o mau gênio da avó. Mesmo assim aprendeu muito de gramática, algo de francês e música. Na puberdade entrou em contato com romances europeus e gostava de passeios ao ar livre.


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Aos quinze anos percebeu mudanças em seu corpo e sua mente: sentia-se só, precisava de um amor para se dedicar. Tivera antes disso alguns namoradinhos, mas os considerava “coisas de criança”. Agora Ana Rosa queria um homem que lhe daria uma casa filhos para cuidar: era o melhor destino que uma mulher poderia desejar, pensava ela, que sempre gostou de cuidar de bebês.


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O noivo, no entanto, não aparecia. Passados três anos a moça deixava transparecer uma tristeza que preocupou seu pai. Por conselho médico, passou três meses na praia, onde revigorou os ânimos com banhos de mar e com a amizade de D. Eufrasinha, uma jovem viúva, cujo marido, após dez dias de casamento, foi morto na Guerra do Paraguai. Ana Rosa aprendeu com a amiga alguns segredos da vida conjugal e remodelou seu ideal de marido de acordo com o que Eufrasinha ditava: “olhos mortos, beiços grossos, nariz comprido”.


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No armazém de Manuel Pescada havia um empregado exemplar, discreto, econômico e português, chamado Luís Dias. O rapaz era disputado pelos patrões da região, mas não abria mão de sua fidelidade a Manuel, que o estimava como um membro de sua família e enxergava nele um bom pretendente para sua filha. Ana Rosa, porém, desprezava o rapaz, considerando-o avarento e sem vontade própria. Manuel pedia ajuda a seu compadre, cônego Diogo, para encaminhar a união de sua herdeira, mas o religioso dizia ser necessário dar tempo ao tempo.


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