Capítulo 12
Muito aborrecido com a grande interrogação que pairava sobre sua origem, que no seu raciocínio deveria estar relacionada à recusa do casamento com Ana Rosa, Raimundo seguia a viagem de retorno quase sem se comunicar. Chegou a questionar Manuel se ele seria irmão da menina, ou se ela teria alguma deformidade que impediria a união, mas o tio apenas negava estes fatos sem dar maiores explicações.
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Após muito insistir para que Manuel lhe falasse a verdade a qualquer custo, Raimundo finalmente teve o que queria: soube que nascera escravo, filho da preta Domingas, mesma figura que os encontrou em São Brás. O tio esclareceu que não tinha nenhuma oposição pessoal ao casamento, mas que não seria perdoado pela sociedade maranhense, que tratava os mulatos com completo desprezo, e que também precisava cumprir uma promessa feita à sua sogra, de que só casaria sua neta com um branco, de origem portuguesa.
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Estupefato, Raimundo pensou em voltar à fazenda para reencontrar sua mãe, mas foi dissuadido por Manuel. Passou o restante da viagem a ruminar as lembranças de como era tratado com desdém pelo povo de São Luís, o que agora se justificava por sua raça mulata. Também lhe vinha à tona um ódio à sociedade escravocrata que valorizava mais o seu berço do que seu caráter. Sentia-se definitivamente afastado de seu sonho conjugal com aquela que, agora, ele amava mais do que nunca.
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