Parte 4 - A Catástrofe
5 - O Paiol
Cecília questionou Peri por que ele a desobedecera, já que ela não queria vê-lo sacrificar-se daquela maneira. O índio sentia-se envergonhado, pois seu ato heroico agora parecia somente uma loucura. Percebendo que o veneno começava a fazer efeito, Cecília implorou que o selvagem não partisse. Juntando suas últimas forças, Peri disse que não morreria, e partiu em direção à floresta.
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Todos estavam tristes quando Álvaro alertou D. Antônio sobre a parede do oratório, que começava a ruir. Toda a família foi acomodada no gabinete do fidalgo, que permaneceu com arma em punho pronto para receber seus inimigos.
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Após a parede cair, levantando uma grande nuvem de poeira, surgiram Loredano e seus companheiros. Os aventureiros foram surpreendidos por um vaso cheio de pólvora no centro da sala, de onde saía um trilho em direção ao paiol – essa era a arma secreta de D. Antônio, com a qual poderia derrotar a todos seus adversários. Loredano complicou-se ainda mais ao perceber que dois dos seus comparsas caíam ao chão convulsionando inexplicavelmente – eles haviam bebido a água envenenada por Peri.
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Em tamanha desvantagem, o italiano foi rendido por Aires Gomes e pelos demais aventureiros, que agora suplicavam perdão a D. Antônio. O fidalgo aceitava o arrependimento e chamava-os para morrerem na defesa de sua casa. Por outro lado o português preocupava-se pois, caso não morressem pelas mãos dois aimorés, logo pereceriam pela falta de suprimento.
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Os próprios aventureiros realizaram o julgamento de Loredano que, como herege, foi condenado a uma fogueira. O italiano permanecia inerte ao ser amarrado no alto de um tronco, até o momento em que Martim Vaz retirou sua cinta, onde estava o mapa das minas de prata, e ele urrou como uma fera.
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