Parte 4 - A Catástrofe
10 - Cristão
Peri dirigiu-se a D. Antônio de Mariz propondo que ele fugisse com sua filha antes que os aimorés os matassem: o selvagem já havia preparado um barco para que escapassem. O fidalgo, entretanto, recusou a proposta do índio, dizendo que deveria honrar sua família e seus companheiros, e todos morreriam juntos.
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Observando a filha, que dormia, e Peri, que permanecia a seus pés como se quisesse protegê-la, D. Antônio refletiu e falou com o índio que se ele fosse um cristão, poderia confiar Cecília ao seus cuidados. Peri imediatamente aceitou converter-se para salvar sua senhora, ajoelhando-se a D. Antônio e beijando a cruz de sua espada. A única exigência do fidalgo era que Peri, em hipótese alguma, entregasse sua filha aos inimigos.
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D. Lauriana e D. Antônio despediram-se da menina que, adormecida, saiu carregada por Peri pela janela de seu quarto, no mesmo momento em que os selvagens invadiam o jardim. O herói carregou-a por uma ponte improvisada que fez com uma palmeira e cordas que havia preparado, seguindo até a canoa presa à margem do Paquequer, que já continha mantimentos e pertences de Cecília.
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Peri remava quando observou a casa ser tomada pelo fogo. Era possível distinguir o vulto de Aires Gomes e os poucos aventureiros restantes ajoelhados ao redor de D. Antônio que, junto à sua esposa, disparou sua arma em direção ao paiol, explodindo a casa e incendiando todos os aimorés ao redor.
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