Parte 2 - Peri
10 - Despedida
Como pagamento pelos favores prestados, D. Antônio ainda entregou a Peri uma carta a qual ele poderia usar caso fosse prisioneiro, tendo ali a promessa de que o fidalgo pagaria o quanto fosse por seu resgate. Ceci deu a ele um crucifixo, pedindo que ele voltasse quando soubesse o significado daquilo, mas o índio afirmou que nunca voltaria.
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Antes de partir, Peri comentou que desejaria permanecer naquelas terras por mais alguns dias, já que a casa seria atacada. Surpreendido por esta informação, D. Antônio desejou saber detalhes do ataque. Peri contou que viu dois Aimorés jurarem guerra após D. Diogo ter matado a filha da família deles por acidente. O fidalgo questionou se Peri não teria enfrentado os selvagens e ele disse que eram mais fortes que ele – D. Antônio sabia, entretanto, que isso não era um comportamento esperado de seu amigo.
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Observando o ombro de Peri, D. Antônio identificou uma mancha de sangue e questionou como ele se feriu, pedindo que não mentisse. O português já tinha suas suposições, uma vez que, pela manhã, encontrou os corpos de dois aimorés mortos próximo ao local do banho de Cecília. Assim, ele foi sugerindo e Peri foi confirmando os fatos que ocorreram à beira do lago: diferente do que Isabel havia contado, ele era o herói da história.
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Com essa mudança dos fatos, D. Antônio recuou na expulsão de Peri, que recebeu os cumprimentos até de D. Lauriana, grata pelo índio ter salvado a vida de sua filha.
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Aires Gomes, após ter se libertado com muita dificuldade da árvore ao qual fora amarrado por Peri, chegava à casa de D. Antônio no exato momento em que todos cumprimentavam o índio por sua bravura. Sem entender a situação, o desastrado escudeiro ainda foi obrigado a dar a mão ao selvagem, que prometeu nunca mais amarrá-lo, causando risadas em todos ao imaginarem o que se passou.
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