Parte 1 - Os Aventureiros
2 - Lealdade
A casa pertencia a D. Antônio de Mariz, fidalgo português, um dos fundadores da cidade do Rio de Janeiro, tendo recebido a sesmaria onde situa-se sua casa como recompensa pelos trabalhos prestados. Ali decidiu isolar-se e erguer um pedacinho de Portugal, recusando-se a servir a um rei que não era português, Filipe II da Espanha.
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Para manter a comodidade de sua família, havia trazido consigo alguns mecânicos e horticultores, além de fazer expedições frequentes à corte para comprar tecidos e outros bens.
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Ao redor de sua construção também erguiam-se algumas barracas montadas por aventureiros pobres que tentavam a sorte na região, com o contrabando de ouro e pedras preciosas. Sob a ameaça constante de ataques de índios, eles tinham na propriedade de D. Antônio um lugar seguro. O fidalgo, portanto, atuava como soberano do local e mantinha uma disciplina militar ao lidar com tais homens. Também recebia deles parte da riqueza que conseguiam ao venderem seus produtos na corte.
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A família de D. Antônio se compunha de D. Lauriana, uma dama paulista de bom coração, apesar de um tanto egoísta; D. Diogo de Mariz, filho que deveria seguir o mesmo caminho de seu pai; D. Cecília, filha de dezoito anos, sempre sorridente e alegre; e D. Isabel, tida como sobrinha, mas dizia-se ser fruto de um relacionamento do fidalgo com uma índia.
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