Capítulo 16
No dia seguinte a única preocupação de Amaro era com a confidencialidade de Dionísia. Ao encontrá-la, entretanto, descobriu ter uma grande aliada, a troco de algumas moedas: a senhora era experiente em casos de relações proibidas e logo sugeriu que o casal passasse a se ver na casa do sineiro da igreja, que ficava junto à Sé. Para isso bastaria que o pároco convencesse o homem a conceder seu espaço em alguns momentos.
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Tio Esguelhas, um homem perneta, era o tal sineiro. Viúvo, ele vivia com Totó, uma filha paralítica que sofria de “histeria” – não sabia ler, mal se comunicava e não saía da cama. Para convencê-lo a ceder sua casa para os encontros com Amélia, o padre Amaro disse necessitar de um esconderijo onde poderia orientar a menina para sua grande vocação: ser freira. Por outro lado, viu na idiotice de Totó uma perfeita desculpa para justificar aos outros as idas da menina àquela casa: ela estaria ensinando o alfabeto e as orações Católicas à doente.
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Por meio de um bilhete Amaro contou seus planos a Amélia, que concordou com a ideia. Assim que teve a oportunidade, durante um chá na casa de S. Joaneira, o pároco sensibilizou as beatas da região sobre o caso da filha do sineiro, insinuando que Amélia poderia fazer a boa ação de instruí-la nos preceitos religiosos. Facilmente ele convenceu a todas e Amélia teve um ataque de riso ao presenciar a situação, justificando-se pela felicidade que sentia por servir a Deus.
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Os encontros na casa do sineiro aconteciam até duas vezes por semana: Amélia procurava passar algumas lições à Totó e depois subia para o quarto com o padre, onde mergulhavam em prazeres. A paralítica reparava nos movimentos do casal e na beleza de Amaro, também o desejando. O ciúme que sentia fez com que se tornasse arisca com sua “professora”.
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