Capítulo 8
Na hora do almoço Jerônimo se recolheu em casa e reclamou à sua mulher, Piedade, que não estava bem e precisava dormir. Como todo acontecimento diferente no cortiço, o mal-estar de Jerônimo logo era de conhecimento de todos.
Diversas vizinhas foram visitá-lo e receitavam remédios à Piedade para sua melhora, mas ele com isso só se irritava. Até que Rita Baiana o visitou e o alegrou. Ela preparou-lhe um café com parati (pinga) e fez recomendações a Piedade. Numa das visitas de Rita, Jerônimo não segurou seus desejos e tentou investir nela, que se esgueirou e ameaçou contar tudo à sua mulher. Piedade não era boba e, ao entrar no quarto, percebeu um clima estranho, mas era antes de tudo serva de seu marido e não questionou nada. Jerônimo melhorava.
Enquanto isso se armava uma confusão no cortiço… Henrique, da casa do Miranda, tinha interesse em Leocádia, que até então se recusava. Mas neste dia, aceitando em troca um coelho branco (!?), Leocádia se entregou ao jovem. No meio do ato Bruno, seu marido, a descobriu e a briga estava armada. Henrique conseguiu fugir sem ser reconhecido.
Em seguida Bruno, com seu orgulho ferido, expulsou Leocádia de casa e jogou todos seus pertences para fora. Quando teve oportunidade Leocádia se vingou, destruindo tudo que restava na residência. Os vizinhos tinham reações variadas, ora rindo, ora preocupados, tentando acalmar os ânimos – o fato é que não havia vida privada naquele lugar, tudo era compartilhado. O caso teve seu ápice quando Bruno tentou bater na mulher e todos, inclusive João Romão, o dono da estalagem, se misturaram numa confusão.
Ao final Leocádia juntou o pouco seu que restou e decidiu ir embora. Rita Baiana, vendo isso, pediu que lhe esperasse pois sairia junto com ela para ajudar-lhe. O que seria essa ajuda tornou-se objeto de curiosidade de todos no cortiço.