- Bruno Alves Pinto

- 22 de out.
- 2 min de leitura

Primeira Parte
Desalento
O poema apresenta uma despedida amarga das idealizações amorosas e das fantasias juvenis, anunciada desde a epígrafe de Martínez de la Roza, que sugere um coração exausto e dilacerado. A voz lírica começa renunciando às “lendas de amor” e aos “dourados sonhos” de um “cérebro enfermo”, sugerindo que a imaginação outrora fértil agora é percebida como delírio. Recorda um momento de plenitude: adormeceu no colo da quimera, sob a contemplação dos astros, e, como ao som de Homero, deixou-se levar pela paixão em ondas luminosas — imagens que associam o enlevo amoroso a um esplendor cósmico e heroico. Em seguida, a virada: uma nuvem densa obscurece o céu de safira e a alegria infantil foge, antevendo um “escarcéu”, isto é, a tempestade do futuro. O contraste entre o alto (empíreo, astros) e o baixo (pego, abismo) dramatiza a queda da esperança.
Quer ler mais?
Inscreva-se em resumoporcapitulo.com.br para continuar lendo esse post exclusivo.