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Resumo Por Capítulo: Mayombe

3 - ONDINA


A comida havia acabado e o Chefe de Operações não retornava de Dolisie. Até as comunas eram escassas e as caçadas não davam resultado. O ânimo dos guerrilheiros se alterava, inflamando as brigas tribalistas. O Comissário agia com cautela nas discussões, evitando uma revolta na Base, e recebia criticas de Mundo Novo, que considerava necessária uma posição mais severa do Comando.


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O Comissário foi à cabana de Sem Medo e lhe contou sobre as reclamações de Mundo Novo. O Comandante entendia que o guerrilheiro tinha aquela posição por levar muito à risca o que estava escrito nos livros, mas se distanciando da realidade. O problema maior era a falta de abastecimento da Base e a ideia de uma revolta para tirar André do poder parecia a única solução possível.


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Teoria dava aula e Sem Medo treinava os novos recrutas quando chegou o Chefe de Operações com o reabastecimento e uma notícia importante: André estava fugido, após ter sido pego no meio do capim com Ondina. A moça havia enviado uma carta para ser entregue ao seu noivo, o Comissário.


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Um membro da Direção do movimento estava a caminho para resolver a situação. A questão tribalista vinha à tona novamente, já que André era kikongo e havia ficado com a noiva de um kimbundo. O Comandante e o Comissário haviam sido chamados à cidade também.


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Após ler a carta, o Comissário se arrumou para ir a Dolisie. O Comandante o seguiu, argumentando que era tarde e seria melhor aguardar até o dia seguinte para partirem. O Comissário insistiu que queria ver logo Ondina para acertar sua situação: na carta ela dizia que iria embora de Dolisie. Quanto a André, deixaria que o Movimento o julgasse. Sem Medo ouviu o Comissário, deixou-o chorar, e o persuadiu para que retornassem à Base.


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Os guerrilheiros já almoçavam, mas o Comissário recusou seu prato. O Comandante o convidou para ouvir sua história pessoal: foram ao rio, onde teriam privacidade. Sem Medo vivia em Luanda com uma moça chamada Leli. Um dia ela assumiu que estava apaixonada por outro homem e Sem Medo a dispensou, imaginando que ela precisava ter contato com o outro para sentir falta dele. Após certo tempo Leli se entediou com seu novo companheiro e procurou por Sem Medo, mantendo um relacionamento com ele por dois meses. Agora, porém, ele havia se acostumado à vida de solteiro e se encontrava com diversas mulheres, dispensando Leli novamente. A jovem acusou-o de de ser orgulhoso e passou a segui-lo. Nessa época Sem Medo foi ao Congo lutar no movimento e Leli foi atrás dele, mas acabou raptada e morta por outra organização, já ela era mestiça. Enfim, o Comandante carregava o peso da morte de sua antiga companheira e nunca mais conseguira aproximar-se de uma mulher para um compromisso sério.


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Os dois continuaram conversando sobre a experiência amorosa do Comandante, sobre a necessidade de reinventar-se para manter um romance aceso. O Comissário se acalmou e aceitou melhor a ideia de esperar até o próximo dia para se resolver com Ondina.


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Pela manhã ambos partiram da Base. Chegando a Dolisie o Comissário foi à escola enquanto o Comandante foi ao bureau da organização. Lá encontrou o membro da Direção e André, que temia ser atacado pelos kimbundos. O dirigente relatou que o problema do tribalismo acontecia em todas as regiões e precisava ser enfrentado. Quanto à falta de suprimentos, a Direção não estava recebendo esta informação, por isso não havia tomado qualquer atitude. A camarada Ondina deveria ser removida para outra localidade, posição que era contrariada por Sem Medo, já que ele acreditava em um acerto dela com o Comissário.


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André precisava ser substituído e Sem Medo cuidaria de Dolisie até que fosse escolhido um novo responsável. O Comandante sugeriu que Mundo Novo e Teoria eram boas opções, desde que ganhassem mais experiência, e mesmo que houvesse alguma incompatibilidade entre ele e Mundo Novo. O dirigente também adiantou que Sem Medo seria transferido em breve para uma nova Região, o que o animou, pois estava desmotivado com a lentidão das ações em sua Base.


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Enquanto isso o Comissário chegava ao quarto de Ondina. Ele perguntou detalhes do que ocorrera com André e em seguida afirmou que ela não precisava ir embora. Como Ondina insistia em partir, o Comissário a agarrou e transou brutalmente com ela. Pela primeira vez ela sentia-se satisfeita com ele, mas isso não era suficiente para prometer que permaneceria em Dolisie.


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O Comissário foi ao Comandante afirmando que havia se acertado com Ondina. Sem Medo, entretanto, questionou se o caso com o André não o perturbaria futuramente e o Comissário ficou inseguro, pedindo que o colega fosse conversar com sua noiva. Sem Medo não achava bom este contato e esperava que o Comissário percebesse que a mulher não o queria mais.


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André foi encaminhado a Brazaville, onde seria julgado. Ele acreditava que tudo era uma armação dos kimbundos para tirá-lo do poder, com o apoio de Sem Medo: Ondina era apenas uma isca, que no entanto gostou de se entregar a ele. Agora Sem Medo teria que se responsabilizar pela fuga de Ingratidão da cadeia, que também era kimbundo. André estava tranquilo quanto ao seu julgamento: bastava realizar uma boa autocrítica, conforme a teoria socialista mandava, e estaria absolvido.


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Sabendo da fuga de Ingratidão, Sem Medo iniciou um interrogatório com os guardas da prisão, mandando prender aqueles que poderiam tê-lo ajudado a fugir. Em seguida foi ao bureau, onde Ondina passaria a viver até que fosse resolvido seu destino. O Comandante a ouviu, compreendendo que estava decidida a deixar seu noivo, e relatou isso ao Comissário. O homem enfureceu-se, pois esperava alguma ajuda de Sem Medo, e o insultou como traidor.


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Sem Medo foi a um bar, tomou algumas cervejas, e retornando ao bureau encontrou Ondina atormentada: o Comissário havia brigado com ela, dizia que não se tornaria um homem solitário como Sem Medo e seguiu rumo à Base, pela qual ele seria responsável dali em diante; ele afirmava que o Comandante construíra um mito em torno de si e que ele o destruiria. Sem Medo entendeu como positiva a postura tomada pelo Comissário, que estava amadurecendo e uma hora entenderia que ele própria havia criado o mito ao qual se referia.


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No dia seguinte Sem Medo recebeu um velho militante do MPLA, que atuava na fronteira. Ele informou que os tugas (como rem apelidados os portugueses, colonialistas) haviam se estabelecido no Pau Caído, uma antiga base guerrilheira que era muito próxima da atual. O Chefe do Depósito, que também era a cadeia, confirmou que esta situação era muito preocupante. O Comandante mandou que todos limpassem suas armas.


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O Chefe de Depósito era um camponês sem terra. Ele entendia que a lentidão na revolução era causada por traidores do movimento, e isso não era questão de tribalismo: havia traidores de todos os lados. Ele confiava em Sem Medo e faria de tudo para acabar com a exploração colonial.


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