18 - De como vieram nascendo
Pedro e Paulo cresciam sadios e idênticos. Aos sete anos eram fortes e belos. Como a mãe os proibira de subir em árvores, convenciam algum moleque a catar os frutos: Paulo por meio da força, Pedro por meio de promessas vazias. Não mentiam muito e quando o fizeram foi por uma boa causa: haviam flagrado uma das amas furtar um relógio de sua mãe e negaram o fato por amor à criada.
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Dois anos depois o caso do relógio veio à tona, mas nenhum dos dois lembrava quem era o culpado e resolveram acusarem-se mutuamente. Iniciou-se uma briga que foi apartada imediatamente por Natividade, cobrindo-os de beijos, doces e mimos. Depois de um passeio no carro do pai, os irmãos discutiram novamente ao discordarem sobre qual deles era mais elogiado pelas pessoas na rua. Natividade, temendo a confirmação das previsões da cabocla, estabeleceu que os dois só eram bonitos quando estavam juntos e amigos, sem brigas.
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Deitados para dormirem, os gêmeos avaliavam os acontecimentos do dia conforme uma lógica básica: haviam brigado e em seguida receberam agrados de sua mãe; se brigassem novamente seriam ainda mais adulados.
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