Ponto das Pitangueiras
Pedro Bala, Gato e João Grande foram ao encontro do Querido-de-Deus para a aula de capoeira, num terreno próximo ao bar Porta do Mar. No fim do treino foram ao salão beber e jogar cartas, aguardando um homem que queria encomendar algum serviço.
Nesse meio tempo os garotos ganharam certo dinheiro com trapaças do Gato no jogo de cartas. Enganaram uma dupla de marinheiros que imaginava que seria fácil derrotar aqueles meninos.
O homem esperado não apareceu. Os garotos já iam embora quando um intermediário, que havia feito o contato inicial com Querido-de-Deus, apareceu no bar e explicou que deveriam se encontrar mais tarde com seu patrão. Questionado se aquelas crianças dariam conta do serviço, Querido-de-Deus garantiu que sim, e foi embora para seu barco.
Os três garotos foram ao trapiche, que estava vazio. Sem-Pernas ainda não havia voltado do trabalho atrás do chapéu, as demais crianças deviam estar à procura do jantar. Os três foram a um restaurante gastar o dinheiro ganho no baralho. O garçom sabia da fama do grupo e insinuou que não os receberia, mas os atendeu assim que viu o dinheiro na mão do Gato.
Após jantarem, iriam ao Ponto das Pitangueiras encontrarem com o homem. Antes, Gato foi até a Dalva avisar que não apareceria naquela noite.
Joel, o tal homem, logo apareceu e os levou para sua casa, desconfiando um pouco da capacidade dos Capitães para a tarefa. Explicou que precisava trocar um embrulho que estava na casa de um vizinho, provavelmente sob a guarda de um criado, antes que o patrão voltasse à residência. Os garotos logo imaginaram que se tratasse de um caso de traição entre Joel e a mulher do tal vizinho, no embrulho do criado deviam estar as cartas que provavam o romance. Acertaram as contas do trabalho, recebendo parte adiantada e garantindo que caso fossem pegos não denunciariam o contratante.
Os garotos foram ágeis: chegaram à casa, distraíram o cachorro; Pedro Bala e João Grande entraram à procura do embrulho no quarto do empregado, mas não o encontraram; foram à cozinha e lá estava, sob as pernas do criado; Pedro pediu a João que fosse até o portão e tocasse a campainha, distraindo o mordomo; assim foi, e o embrulho estava trocado.
Pedro pulou o muro para fora e assobiou, chamando seus companheiros, mas só Gato apareceu. Temeram que o Grande tivesse sido pego, mas ele logo surgiu: ao tocar a campainha percebeu que a mulher da casa estava assustada, na janela do seu quarto, e foi até lá para consolá-la, avisando que já haviam recuperado o embrulho. Gato fez troça da situação, perguntando se a dama “era boa”. Saíram os três rindo da cara do homem que descobriria que o conteúdo do pacote não era o esperado.