Parte 8
Miguilim está gravemente doente, sentindo-se fraco e desanimado. A chuva constante e as folhas pesadas das árvores parecem refletir seu estado de espírito. Enquanto os outros membros da família estão bem, ele se sente isolado em sua doença.
Ele relembra uma visita ao Tio Terêz e lamenta não poder ver mais coisas como antes. Miguilim deseja remédios mais fortes, mesmo que dolorosos, na esperança de se curar. Ele sente um misto de ressentimento e distanciamento em relação aos seus irmãos e se pergunta por que não é Liovaldo, o irmão distante, quem está doente.
Após muitos dias de chuva contínua, Miguilim se questiona sobre a natureza do trovão e busca conforto nas orações com Vovó Izidra. Ele se esforça para rezar sozinho, buscando forças para não morrer, embora se sinta inseguro sobre sua fé.
Durante um momento de solidão, Miguilim reflete sobre suas experiências passadas com Mãitina, a cozinheira, e sobre como ela o consolou em um momento de medo. Ele recorda as histórias e as crenças da família sobre os santos, bonecos feitos por Mãitina, e como sua avó os queimava, acreditando serem maus.
Miguilim consulta Rosa sobre sua doença e fica ainda mais preocupado ao saber que está "héctico", ou seja, tuberculoso. Ele vai para a tulha, onde tenta se distrair com Dito e os outros irmãos brincando no pátio. No entanto, ele sente dor ao correr e teme que isso seja um sinal de que sua condição está piorando.
Finalmente, Miguilim decide fazer um acordo com Deus: se ele não morrer nos próximos dez dias, ele acredita que vai melhorar. Aliviado por ter feito esse "contrato", ele retorna para junto da família, sentindo-se temporariamente mais feliz e capaz de brincar com Dito. Ele conta os dias em seus dedos, esperançoso por sua recuperação.