Capítulo 8
Olhando a paisagem, Clarimundo sai de seu mundo interior, dos livros e teorias, e mergulha na realidade da vizinhança. Espanta-se que enquanto ele vive no mundo das ideias, o mundo real continua a funcionar: as pessoas seguem seus dias mesmo sem o contato com os grandes pensadores da humanidade.
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Inspirado na paisagem, o professor viaja ao pensar em seu livro: como um ser inteligente, vivendo num outro planeta, interpretaria a vida na terra? Que revelações fantásticas faria? Clarimundo ainda não sabe ao certo, mas imagina surpreender seus leitores com a obra.
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Um carro barulhento cruza a rua e traz Clarimundo de volta ao presente. Apesar de seu apego à ciência, as máquinas modernas o aborrecem. Ao mesmo tempo em que os pensamentos são seu refúgio, a realidade lhe é incômoda: então o professor julga a vida chata e igual. As casas, as pessoas, as rotinas, tudo sempre igual.
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O som do relógio da casa abaixo indica que é uma hora. Olhando para a janela desta casa, Clarimundo vê uma mão pálida, como a de um morto.
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