Capítulo 4
O narrador se lembra da morte de seu pai, Camilo Pereira da Silva, que teve o corpo coberto com um lençol branco, com uma mancha vermelha na altura do rosto e apenas os pés para fora, roxos e inchados.
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A lavadeira Rosenda, padre Inácio, o cabo José da Luz e o velho Acrísio tomaram conta da casa, mas nem sequer lembraram de avisar o menino, que foi surpreendido pelo velório ao retornar da escola, aos quatorze anos.
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Como se fosse invisível, o garoto esforçava-se para chorar, tentando encontrar boas lembranças de seu pai, mas não conseguia. Sentia pena e raiva de si mesmo, ao perceber que estava só no mundo. Somente quando Rosenda lhe ofereceu uma xícara de café é que lhe vieram lágrimas, não por seu pai, mas pelo gesto de compaixão da mulher.
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Após o enterro surgiram os credores, que levaram quase tudo da loja e da casa, sob os lamentos de Quitéria.
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Desde então o narrador sente a perseguição da alma de seu pai, além de continuar a ouvir vozes e ser tomado por imagens mentais que o tiram da realidade.
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