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Resumo Por Capítulo: Angústia

Capítulo 9


Nessa mesma época Luís conhecera Julião Tavares numa festa de arte do Instituto Histórico. O homem, gordo, vermelho, risonho e falador, exibia-se em discursos patrióticos. Os jornais renderam-lhe alguns elogios, que Luís considera totalmente falsos: Julião vinha de uma família de “ratos”, donos de imóveis e comércios, tinha formação de bacharel e era um reacionário católico. Na saída do Instituto um esbarrão fez com que os dois se conhecessem. Por mais que Luís tenha declarado sua discordância com o homem em vários temas, Julião familiarizou-se com ele e passou a frequentar sua casa, mesmo sem ser convidado.


O narrador declara que não possui estudos, mas habituou-se a escrever por conta de seu vício em romances. Chegou a compor um livro com duzentos sonetos, nunca publicado. Certa vez um jovem demonstrou interesse em comprar alguns versos e Luís descobriu aí uma nova fonte de renda. Além disso costuma redigir artigos para jornais do interior, atendendo a chefes políticos da região que lhe orientam sobre as disputas em andamento e quem deve ser atacado. Também trabalha em algumas traduções de “livros idiotas”, do tipo que Marina deve ler.


Luís costumava trabalhar em sua sala de jantar, onde recebia visitas frequentes de Moisés, Pimentel e seu Ivo. Os dois primeiros puxavam assunto sobre as matérias do jornal, mas nunca o atrapalhavam. Seu Ivo balbuciava algumas palavras e pedia pratos de comida, como devia fazer por onde quer que passasse – ele perambulava por todo o estado, às vezes sumia por meses. Já a presença de Julião Tavares, com sua fala complicada, cheia de adjetivos, incomodava Luís profundamente.



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