Capítulo 24
No último dia de ópera Luís não se continha e arquitetava planos para também ir ao teatro. Comparando-se aos outros homens, a Julião Tavares, aos políticos e poderosos, ele considera que lhe falta postura e orgulho próprio: sua presença na ópera seria uma oportunidade de mostrar a Marina que era capaz disso.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Ao mesmo tempo em que analisava os representantes aprumados da sociedade capitalista, o escritor devaneava sobre como seria o mundo após uma revolução dos trabalhadores: Julião seria enforcado, assim como padre Inácio. Ele mesmo imagina que seria perseguido pelos “camaradas” por conta dos artigos que assinava no jornal, defendendo o imperialismo.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Voltando à sua condição real, Luís pensa em como ir a ópera: Pimentel poderia arranjar um ingresso patrocinado pelo jornal, ou Moisés poderia emprestar-lhe uma nova quantia, mas nenhum dos amigos aparecia. Surge a ideia de uma ação indigna: desenterrar as pratas que Vitória enterrava em seu quintal. Ele receberia seu ordenado em poucos dias e poderia repor o valor com juros. Ainda assim a baixeza de seu furto o impede por algum tempo, mas não muito: sob o testemunho somente de um gato que se mantinha sob o muro, Luís enfia os dedos na terra úmida à procura das moedas.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE
Entre as lembranças de quando agarrava Marina, naquele mesmo quintal, e os lamentos por sua condição miserável, o narrador alcança enfim o dinheiro necessário para sua aventura teatral. Ainda indeciso se seria uma boa atitude aparecer no meio da apresentação, Luís pensa em jogar cara ou coroa para decidir seu destino, mas acaba por fazê-lo por conta própria. A caminho da ópera ele sente em suas unhas o cheiro de terra e se esforça para limpar os dedos.
CONTINUE LENDO APÓS A PUBLICIDADE