2 - Fabrício em Apuros
Na véspera do final de semana em que iriam à ilha os estudantes reuniram-se na casa de Augusto. Fabrício não desejava ir embora, mas foi levado por Filipe e Leopoldo. Solicitou o acompanhamento, portanto, de Rafael, criado de Augusto, para que ele entregasse ao seu patrão uma carta.
Na correspondência Fabrício se descreve como um clássico que havia experimentado, por sugestão de Augusto, um amor romântico, o qual agora lhe dava dores de cabeça. Tudo havia começado em um teatro, onde Fabrício decidiu enamorar-se por uma jovem que observava à distância, sem mesmo saber se era feia ou bonita – como um bom romântico. Para entrar em contato com a garota serviu-se do crioulo Tobias, jovem servo da família, em troca de alguns cobres.
Apesar da inicial indiferença da garota, o romance avançou e, com ele, surgiram diversos compromissos: Fabrício precisava passar em frente à casa da moça quatro vezes por dia, escrever para ela quatro vezes por semana, acompanhá-la a bailes e teatros, além de atender a diversas outras exigências de sua amante. O jovem Tobias também passou a persegui-lo, sempre esperando algum pagamento por seus serviços de cupido. Tudo isso custava-lhe muito dinheiro e o aborrecia profundamente. Além de tudo, a moça era feia e amarela – não “pálida”, como os românticos gostavam de fantasiar.
A tal garota era Joana, prima de Filipe, com quem passariam o dia de Sant’Anna. Considerando a situação, Fabrício pede a Augusto que o ajude: ele deveria galantear a moça durante o feriado, mesmo diante de si; Fabrício demonstraria irritação, ciúmes, e acabaria por encerrar seu relacionamento com ela, alegando não suportar sua inconstância e volubilidade; por fim os dois amigos voltariam a unir-se.
Augusto ri como um doido ao terminar de ler a carta.